arquitetar

"Procurar as orgânicas,os movimentos espontâneos,isto é, compreender a natureza para depois demarcar na geografia.A construção também tem que ser uma desconstrução.É necessário reflectir e inflectir.Procurar estar na essência da geometria.Resolver, encontrar o arco, ligar dois pontos, enfrentar um projeto e uma ideia, empreender uma lógica, um mundo."

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Japan Hause

De um lado, uma fachada imponente, composta por madeiras centenárias trazidas do Japão, um tributo à tradicional, precisa e delicada arquitetura japonesa. Do outro, uma fachada de cobogós de concreto, criados a partir dos elementos vazados que tanto sucesso fizeram na arquitetura brasileira dos anos 30. Paredes de inspirações distintas, o ângulo onde dois mundos se encontram.
Assim é o prédio da JAPAN HOUSE São Paulo, um misto de Brasil e Japão, assinado pelo premiado arquiteto japonês Kengo Kuma, na Avenida Paulista, 52 – um endereço ícone para os paulistanos. Kuma san aceitou o desafio de reformar um espaço já existente e transformou 2.500 metros quadrados num local com identidade própria, um edifício que combina traços nipônicos com brasileiros.
A fachada para a Av. Paulista traz um painel de madeira hinoki montada por uma equipe de artesãos especializados na arte de encaixes, cuja técnica remonta 300 anos. Peças grandes e menores de hinoki se unem num quebra-cabeças de 630 peças que compõem os 36 metros de fachada, mais 300 peças de portão.
Nobre, o hinoki leva de 70 a 80 anos para alcançar a vida adulta. Considerado sagrado dentro da religião xintoísta, é também utilizado para a construção de templos sagrados. “Ao usar o hinoki, a madeira mais preciosa do Japão, com sua textura e aroma tão especiais, eu quis oferecer aos brasileiros a essência do espírito japonês”, diz Kuma san.
A inspiração para o painel de madeira surgiu após uma visita de Kuma san ao Pavilhão Japonês do Parque do Ibirapuera, também construído com hinoki e técnicas de encaixe. Há mais de sessenta anos, o mestre de seu mestre construiu o Pavilhão e, agora, ele aplicou a técnica de maneira absolutamente contemporânea. O Pavilhão foi desenhado por Sutemi Horiguchi (co-fundador do primeiro movimento moderno da arquitetura no Japão), mestre de Yoshichika Uchida, que por sua vez foi professor de Kuma. Assim, a JAPAN HOUSE São Paulo é ímpar por entrelaçar o DNA de arquitetos expoentes, originando um marco da arquitetura japonesa em São Paulo.











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